…Um breve aquicimento antes da prova, uma reflexão a respeito de Kant…
Kant conceitualiza duas fontes do conhecimento: a intuição e o entendimento. A Estética transcendental estabeleceu a experiência vinculada com a intuição; nela há o conhecimento empírico, onde o sujeito recebe passivamente as representações sensíveis. A segunda fonte se detêm na capacidade de conhecer um objeto mediante as representações, mas, diferente da intuição, que corresponde à passividade, o entendimento é atividade. Nesta via do conhecimento o entendimento trabalha com a espontaneidade do pensamento.
Na capacidade receptiva temos as intuições, que correspondem ao Espaço e ao Tempo, que são conhecimento intuitivos a priori; enquanto a capacidade de conceber um é ativa no sujeito e diz respeito a espontaneidade do próprio entendimento, vai se debruçar sobre os objetos da intuição para promover o conhecimento.
Desse modo, o conhecimento necessita das duas fontes do saber para se efetivar, ou seja, para ser conhecimento necessitamos das intuições a priori – Tempo e Espaço – e do entendimento – conceitos. O entendimento lida com aquilo que vêm da intuição; não se trata de pensar um objeto considerado como coisa em si, o entendimento tratará de conceitualizar as representações, ou seja, lidará com os fenômenos intuídos pelo Tempo e Espaço.
Para a produção de conceitos são necessários os fenômenos, porém, quando intuições não possuem conceitos, ainda são dados, somente não são conceitualizados; as representações lógicas dependem de conceitos para produzir o material do conhecimento, este diz respeito às duas fontes do saber, sem distinção entre ambas.
A respeito do entendimento, podemos afirmar que ele produz uma ciência de regras próprias; da passagem da lógica geral para a lógica transcendental. A primeira – a lógica geral – corresponde às regras necessárias do pensamento, dirige-se apenas para o entendimento, independe dos objetos da intuição (S é P); é pura e a priori; não investiga a origem dos objetos, mas trabalha somente com as formas do pensamento.
A lógica transcendental contém objetos da intuição, assim, possuí as duas fontes para o conhecimento; é porta de entrada para a ciência; o entendimento mantêm relação mediata com as intuições, esta (Estética) nos ensina que há intuições a priori – formas puras de Tempo e Espaço – e intuições empíricas – fenômenos, percepções e impressões.
Assim sendo, é necessário ultrapassar a lógica geral, pois a partir dela não se pode pensar num conhecimento; pelo fato dessa lógica não ter objeto, não nos acrescenta conhecimento algum.
Na lógica transcendental, a partir dos conceitos formam-se o conhecimento; a intuição e o entendimento são fontes para o conhecimento; este conhecimento se dá a partir da origem não empírica do entendimento. As representações sensíveis (da intuição) independem da atividade, mas da passividade; o Espaço e o Tempo nos fornecem o conhecimento intuitivo a partir da simultaneidade e da sucessividade. Por exemplo: o movimento da bola de bilhar visto na Estética necessita da representação do Espaço e do Tempo, assim, não apresentam conhecimento, mas sim uma representação do movimento da bola.
Porém, as representações conceituais dependem da atividade do entendimento na formação do juízo. O entendimento liga o que é apresentado no diverso do Tempo e do Espaço, faz com que haja um único conceito. Pelo mesmo exemplo da bola de bilhar, o canceito de causa liga-se ao efeito do movimento da bola, assim, os conceitos são sempre puros; são uma unidade de várias representações.
O entendimento é, então, atividade do pensamento; a lógica geral também é atividade do pensamento, mas trabalha do ponto de vista formal com objetos, ou seja, não possuí vinculo com a intuição. O conhecimento se produz a partir do entendimento vinculado com a intuição. Portanto, a lógica transcendental proporciona as regras para o funcionamento da Natureza, as regras da Razão e do entendimento.