Pensamentos em Palavras

Só mais um blog na internet…

Archive for Junho, 2009

JIM MORRISON- POESIA

Posted by Daniel Baseggio em 30/06/2009

JIM

JIM

– Um poeta, uma vida dionisíaca, o homem triste e enfurecido que deixou uma breve marca na terra onde pisou. Sim, Morrison é um rei, o “lagarto rei”.

Sereias

Metabolismo criminal da meia-noite na floresta do crime
Cascavéis assobios castanholas

Tiren-me deste átrio de espelhos
Deste vidro infectado

És ela,
Pareces ela,
Como poderias ser quando nunca ninguém pôde

Poeta do ataque às putas

Ela deixou um recado na porta do quarto
‘Se estiver fora, faz-me vir’.

Passei por tua casa para te ver
ontem a noite já era tarde
Mas tinhas saído,
como uma luz
A tua cabeça estava no chão,
e as ratazanas jogavam bilhar com os teus olhos

A morte é um bom disfarce
para o fim da noite

Ocultando todos os jogos no seu calmo jardim

Mas o que acontece
quando os convidados voltam
e tudo se descobre
e te pedem que saias
por falta de um sorriso

Ainda te aceitarei então
Mas eu sou teu amigo.

– É uma bárbara poesia de um célebre homem, escolhe quando vais chegar, mas nunca quando tendes de partir. Dizia ele: “o importante não é a viagem, mas, sim a chegada”

e assim…um bom dia a todos

Bibliografia: MORRISON, Jim. Abismos- escritos inéditos

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Olhos Azuis…

Posted by Rafa de Souza em 29/06/2009

Como pode um par de olhos azuis causar tanta fascinação e abrigar tanto mistério? Se recusam a se encontrar com os meus e preferem o silêncio às verdades mais banais. Se é verdade que os olhos são a janela da alma, então esses olhos são uma janela trancada a sete chaves.

Incessantes, provocantes e viciantes: um jogo perfeito. Pois bem, que sejam eles o meu vinho, meus cigarros, minha morfina… Que sejam eles meu vício.

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Essência e Tutano

Posted by Myrna em 27/06/2009

Quando adentro meu peito e aparto,
Nas sebes da carne a voz sussurrante,
Da lamúria abismal e do vício flamante,
Devoro-me inteira. Em versos me farto.

Em meus ossos e espírito, onde reparto,
A muda menina e meu verso cantante,
O engenho faminto, o amor sitiante.
Da fera, em unhas, assim me ensarto.

Tudo, quando adentro, ilumina e acorda.
Navega-me a artéria o suor invernal.
Meu imo espelha, gigante, me aborda.

Pinta-me os olhos, qual se pinta um vitral.
Ajoelho minh´alma, a vida transborda,
E enche de mim a solidão do umbral.

Myrna RRP

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All My Past Life…

Posted by Rafa de Souza em 26/06/2009

Poesia de John Wilmot, Conde de Rochester (aquele mesmo do filme “O Libertino”). Magnífico poeta, embora hoje seu nome apareça manchado por obras psicografadas; gostaria de ver mais coisas dele escritas, mas não desse jeito.

All My Past Life…

All my past life is mine no more,
The flying hours are gone,
Like transitory dreams given o’er,
Whose images are kept in store
By memory alone.

What ever is to come is not,
How can it then be mine?
The present moment’s all my lot,
And that as fast as it is got,
Phyllis, is wholly thine.

Then talk not of inconstancy,
False hearts, and broken vows,
Ii, by miracle, can be,
This live-long minute true to thee,
‘Tis all that heaven allows.

Nietzsche estava errado: só o presente me pertence. Nem o futuro nem o passado tem que qualquer relação comigo: o futuro é aquilo que poderá algum dia ser, portanto, não pode ser meu; e o passado foi meu, mas já não é nada além de algumas memórias que ainda resistem em algum lugar de mim mesmo. Então, de que importam o futuro ou o passado? Melhor que seja o presente aquele dotado de toda a relevância da vida.

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‘penso,logo existo’ – conclusão sobre essa preposição

Posted by Daniel Baseggio em 26/06/2009

A teoria cartesiana da verdade

A teoria cartesiana da verdade

 

– No final da reflexão sobre este raciocínio, no livro de FORLIN, capitulo V, em suma na conclusão a respeito da afirmação que Descartes a intuíu como primeira verdade indubitável.

 A afirmação ‘eu penso, logo existo’ nos remete a afirmar que o “eu” não existe porque pensa, mas porque conhece que pensa. O ‘eu penso’ consiste na expressão de uma percepção que o pensamento tem de sua própria realidade, tendo uma intuição intelectual chega-se neste autoconhecimento.

 O conhecimento da própria natureza, enquanto pura inteligência partilha do mesmo valor objetivo do conhecimento que o “eu” tem da própria existência.

 Se é possível criticar a tese cartesiana, como Leibniz fez, objetando pela lógica afirmando que não há implicação necessária entre o que eu penso ser e o que eu realmente sou; mostrando que não há conhecimento, como afirma Descartes, mas, há um mero pensar, ou seja, que a afirmação ‘eu penso’ não é uma intuição intelectual, é apenas uma mera representação. Por sua vez, Kant criticou a tese cartesiana de que o cogito fornece o conhecimento de minha natureza como substância pensante ; Kant nega que a consciência de si corresponda a uma intuição intelectual. Na Critica da Razão Pura, Kant utiliza a estratégia de retirar a intuição do entendimento e colocá-la na sensibilidade; a consciência de si deixa de ser um conhecimento que o pensamento tem de si mesmo; para que haja conhecimento é preciso que o pensamento se aplique sobre o sentido interno.

 A primeira verdade consiste na afirmação da existência de um cogito que excluí qualquer elemento corporal; durante uma descrição da alma chegamos a constatação de que ela é afirmada a partir do pensamento, e depois vai se desdobrando em outras proposições explicando a natureza dessa existência pensante.

 A afirmação ‘eu sou, eu existo’ é verdadeira na medida em que é concebida em meu espírito, a partir desta, todas as preposições afirmadas a partir dela se tornam verdadeiras. Daí resulta na ordem do desdobramento aprofundando na autorpercepção que o sujeito têm de si mesmo.

 O resultado é a ampliação da autopercepção inicial para uma autopercepção completa que explicita a natureza dessa existência. A primeira verdade apenas inaugura o novo edifício do conhecimento; sendo verdadeira apenas quando fundada na autopercepção, agora também ampliada na medida em que o pensamento têm de si mesmo.

 Esta proposição é indubitável, pois se funda numa percepção indubitável, para esta edeia ser verdadeira deve ser indubitável, e, o que é indubitável deve corresponder com a realidade; corresponde necessariamente com seu objeto, esta correspondência é estabelecida entre a ideia que há no pensamento e a realidade fora dele.

 Adiante se mostra necessário encontrar na própria ideia um signo indubitável dessa correspondência, a chamada clareza e distinção.

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Bicho de Sete Cabeças

Posted by Rafa de Souza em 25/06/2009

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Interpretada por Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, ou até mesmo Zeca Baleiro, é trilha sonora do filme homônimo, com Rodrigo Santoro. Infelizmente é um filme que ainda não tive chance de ver. Mas, de um jeito ou de outro, é uma música que remete, basicamente, à minha sanidade.

É uma ótima música (principalmente nas vozes de Zeca Baleiro ou de Zé Ramalho) assim como deve ser um ótimo filme.

Bicho de Sete Cabeças

Não dá pé
Não tem pé, nem cabeça
Não tem ninguém que mereça
Não tem coração que esqueça
Não tem jeito mesmo
Não tem dó no peito
Não tem nem talvez ter feito
O que você me fez desapareça
Cresça e desapareça…

Não tem dó no peito
Não tem jeito
Não tem ninguém que mereça
Não tem coração que esqueça
Não tem pé, não tem cabeça
Não dá pé, não é direito
Não foi nada
Eu não fiz nada disso
E você fez
Um Bicho de Sete Cabeças…

Não dá pé
Não tem pé, nem cabeça
Não tem ninguém que mereça (Não tem ninguém que mereça)
Não tem coração que esqueça (Não tem pé, não tem cabeça)
Não tem jeito mesmo
Não tem dó no peito (Não dá pé, não é direito)
Não tem nem talvez ter feito (Não foi nada, eu não fiz nada disso)
O que você me fez desapareça (E você fez um)
Cresça e desapareça… (Bicho de Sete Cabeças)

Bicho de Sete Cabeças!
Bicho de Sete Cabeças!
Bicho de Sete Cabeças!

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C’est l’absurd

Posted by Rafa de Souza em 24/06/2009

Toda essa rotina; sei que morrerei… sei disso. Tantos por ques… e aquela sensação de vazio. Não pertenço a esse lugar! e essa estranheza… Sou a muito tempo um estrangeiro.

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Dos simples prazeres da vida II

Posted by Rafa de Souza em 23/06/2009

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Em uma manhã tranquila, em um lugar tranquilo, com os olhos refletidos na própria solidão; um assento sob o sol, um cigarro entre os dedos e um livro aberto nas mãos: tira-me todo o resto, mas salva esses poucos prazeres que ainda me conservam vivo!

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Diderot

Posted by Rafa de Souza em 23/06/2009

Trechos do livro A Religiosa, de Diderot, que expõem alguns de seus pensamentos, como o fisiologismo; o conflito gerado caso esse fisiologismo não seja seguido; o problema da vida religiosa; a natureza como fonte da ética; e questões como a da liberdade e sexo.

(…) Deus, que fez o homem sociável, aprova que ele seja encerrado? Deus, que o fez tão inconstante, tão frágil, pode autorizar a teme-ridade dos votos? Estes votos, que se opõem à tendência geral da natureza, poderiam alguma vez ser observados se não fossem algumas criaturas mal constituídas em quem os germes das paixões murcharam, e que deviam contar-se entre os monstros se as nossas luzes nos permitissem conhecer com tanta facilidade e tão correctamente a estrutura interior do homem como nos é possível conhecer a sua forma exterior? Todas estas cerimónias lúgrubes que se fazem para tomar os hábitos e para fazer a profissão, quando se consagra um homem ou uma mulher à vida monástica e à desdita, suspendem as funções animais? Pelo contrário, não ficarão despertos, no silêncio, na coacção e no ócio com uma violência desconhecida às pessoas do mundo, que têm imensas distracções? Onde se vêem mentes obcecadas por espíritos impuros que as perseguem e as agitam? Onde se vê este tédio profundo, esta palidez, esta delgadez e todos estes sintomas da natureza que enlanguesce e consome? Onde se perturbam as noites com gemidos e se submergem os dias com lágrimas vertidas sem causa e precedidas de uma melancolia que não se sabe a que atribuir? Onde acontece que a natureza, rebelde a uma imposição para a qual não foi feita, transponha os obstáculos que se lhe opõem, fique furiosa e ponha a economia animal numa desordem sem remédio? Em que lugar a tristeza e mau humor aniquilam todas as qualidades sociais? Onde não há pai, nem irmão, nem irmã, nem parente, nem amigo? Onde acontece que o homem, ao não se considerar mais do que um ser de um instante que passa e acaba, trate as relações mais doces deste mundo como um viajante trata os objectos que encontra, sem afecto? Onde estão a falta de vontade, o asco e as vertigens? Qual é o lugar da servidão e do despotismo? Onde estão os ódios que nunca se apagam? Onde estão as paixões incubadas em silêncio? Onde residem a crueldade e a curiosidade? Ignora-se a história destes asilos, dizia o senhor Manouri na sua alegação, não se conhece. Acrescentava noutro lugar: “Fazer voto de pobreza é comprometer-se, por juramento, a ser preguiçoso e ladrão; fazer voto de castidade é prometer a Deus a infracção constante da mais sábia e mais importante das suas leis; fazer voto de obediência é renunciar à prerrogativa inalienável do homem, a liberdade. Se se observam estes votos, é-se um criminoso; se não se observam, é-se perjuro. A vida de claustro é a de um fanático ou de um hipócrita.” (…)

(…)Dom Morei não me deu nenhuma resposta. “Não sou a mesma que era ao entrar aqui?” Dom Morei voltou a não me responder. “Não teria continuado a ser a mesma? Onde está o mal de se amar, de o dizer e de o testemunhar? É tão doce!

– É verdade – disse dom Morei, levantando para mim os olhos que tinha conservado baixos enquanto eu falava.

– Então, isto é assim tão comum nas casas religiosas? Pobre da minha superiora! Em que estado caiu!

– É terrível, e temo que piore. Não foi feita para esta vida e, mais cedo ou mais tarde, o resultado é este. Quando nos opomos à tendência geral da natureza, essa imposição desvia-nos para afectos desordenados, que são tão mais violentos quanto mais mal fundados; é uma espécie de loucura.

– Ela está louca?

– Sim, está e ficará ainda mais.

– E acha que essa é a sorte que espera todos aqueles que abraçam uma vida para a qual não foram chamados?

– Não, não todos. Há os que morrem antes; há os que têm um carácter flexível, e que acabam por aceitar; e há os que têm esperanças vagas que os sustém por uns tempos (…)

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O intelecto como meio de conhecimento

Posted by Daniel Baseggio em 23/06/2009

A teoria cartesiana da Verdade

A teoria cartesiana da Verdade

 – Em minha continuação do estudo do livro de Forlin fixei minha reflexão sobre essa parte do Cap.V – A contraprova: o conhecimento do espírito como o primeiro e o mais fácil de todos  onde me deparo com o tema do intelecto ser o meio de se conhecer as coisas.

Abaixo a resenha:

 O intelecto é o único que conhece a natureza dos corpos, ele não necessita inteiramente dos Sentidos para obter esse conhecimento; no caso do exemplo da cera, não é a imaginação que é capaz de perceber a cera como sendo fexível e mutável, mas é pela pura concepção intelectual, ou, o puro conceito do intelecto.

 Mesmo quando o intelecto necessita do auxílio dos Sentidos para conhecer, é ele, e somente ele que conhece. Ainda no exemplo da cera, mesmo necessitando dos sentidos para a observar e constatar a mudança ocorrida na cera, não é a percepção sensível que diz respeito ao conhecimento; o conhecimento é uma percepção do intelecto.

 O intelecto conhece tanto a natureza quanto a existência dos corpo. Qualquer percepção sensível não faz consideração a respeito do conhecimento dos corpos, porém, a consideração que o intelecto faz diz respeito sobre aquilo que é sentido.

” (…)os corpos mesmos não são propriamente conhecidos pelos Sentidos, mas só pelo entendimento; de tal modo que sentir uma coisa sem uma outra nada é senão ter a ideia de uma coisa, e entender que essa ideia não é a mesma que a ideia de uma outra (…)”. (Seconde Résponses, AT IX,p.105)    

 O conhecimento do objeto se dá porque o entendimento está sobre o que está sendo visto; para saber se aquilo que se vê existe, de um lado deve-se saber que, de fato está sendo visto, e, de outro lado, o que está sendo visto. A coisa que está sendo vista é conhecida quando percebida pelo intelecto, quando é tomada consciência do objeto sensível, esta consciência implica na consideração, no juízo, assim, transcendendo os dados sensíveis do objeto.

 Assim, o intelecto conhece por meio da percepção sensível que apenas os objetos existem e, por meio de uma intuição intelectual que esses objetos são essencialmente objetos extensos.

 O conhecer a algo é saber que a coisa é, sabendo sua natureza, sendo assim, o conhecimento da existência se completa com o conhecimento da natureza. Tal conhecimento é realizado pelo intelecto anterior à experiência, este conhecimento é inato, porque ao conhecer que uma coisa corpórea existe, já pressupõe que ela seja uma coisa extensa.

 A própria abstração da coisa corpórea de suas qualidades é comandada pelo conhecimento a priori, chegando ao conhecimento de que esta coisa é essencialmente uma coisa extensa. O próprio conhecimento está sendo subordinado pelo conhecimento puramente intelectual.

 Então, é necessário a intuição intelectual para gerar o conhecimento prévio antes dos dados da percepção; ou seja, sem a intuição intelectual não há conhecimento da essência das coisas exteriores.

 – E assim continuo meus estudos….

Bibliografia: FORLIN, Enéias. A teoria cartesiana da Verdade, Editora Fapesp, São Paulo, 2005.

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